(Konstantinos Kaváfis)
O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.
Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?
É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.
Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?
É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.
Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?
(Trecho de “À Espera dos Bárbaros”, de Konstantinos Kaváfis. Tradução de José Paulo Paes)
Bravissimo! Que felicidade quando tivermos Verdadeiros Homens Autênticos a frente dos três poderes. Estes haverão de empunhar espadas de beleza inigualável em nome do verbo da Paz Universal!
ResponderExcluirQue venham os Bárbaros, Alice. Obrigado pela presença.
ResponderExcluirFaltam mesmo "bárbaros" por aqui Escritor Amigo Estanislau*****, , você e suas escolhas acertadíssimas, beijos da sua leitora de sempre.
ResponderExcluirValeu a presença generosa, Luiza De Marillac.
ExcluirLindo poema!
ResponderExcluirObrigado Francirene, seja sempre bem-vinda.
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