terça-feira, 27 de julho de 2021

Das Minhas Lembranças 13

Imagem: arquivo do autor

O trabalho de formiguinha, que fazíamos me levou, em 1979 ao encontro do professor Euler Vidigal, hoje uma estrela ao lado de Geraldo Bernardes, Guinho, Seu Joaquim Oliveira, entre outros e outras.  Euler tinha um sorriso largo. Lecionava na FUNEC do bairro Amazonas, em Contagem. A noite em que o encontrei pela primeira vez foi numa festa da escola. Foi um papo agradável e Euler aceitou se engajar conosco.  Contribuiu muito na construção do núcleo do PT do bairro Industrial. Foi ideia dele levar o teatro do oprimido de Augusto Boal ao núcleo.  Foi um momento político divertido, pois Euler tinha a leveza, que às vezes faltava em muitos de nós. Eu me lembro bem dele e de sua companheira Bia, no apartamento popular do Bairro Flamengo. 


terça-feira, 20 de julho de 2021

Das Minhas Lembranças 12


O Colégio Pitágoras, no bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte, estava lotado de companheiras e companheiros vindos de vários municípios de Minas Gerais, para o primeiro congresso estadual de fundação do Partido dos Trabalhadores. Um momento que entraria  para a História. Era o ano de 1979.

     Maria Antonieta vinha de um parto recente, por isso tinha a blusa molhada de leite. Ela se movimentava constantemente pelo salão do colégio, conversando com as pessoas de diversas correntes, sintetizando propostas. Ela era uma referência do nosso grupo. Num certo momento ela nos alertou que um membro da mesa estava manobrando.

     O congresso aconteceu num sábado e domingo.  No domingo, indignado com o encaminhamento da direção dos trabalhos, pedi a palavra, peguei o microfone e soltei o verbo sobre um dos pontos da pauta. Muitos me olharam com um misto de deboche e espanto. Nesse momento, ao olhar a plateia, visualizei a Eliana se afundando na cadeira, como se escondesse de vergonha alheia. O ponto da pauta da qual me insurgira era assunto encerrado, pois acontecera no sábado. Percebendo a gafe, saí de fininho. Mas lá pelas tantas, quando todas de todos pareciam terem se esquecidos de minha gafe,  alguém gritou de um ponto do salão: cadê o pessoal do Lindéia? Era o Virgílio Guimarães.


J Estanislau Filho

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Eu Também Vou Reclamar - 3

Imagem: Google
 


 

eu também vou reclamar
de um modo diferente
o mundo será melhor
se cuidarmos do ambiente
dessa nave incandescente


se a consciência ecológica
ecoar dentro de nós
invertendo esta lógica
o horário será anti-horário
com resultado ao contrário


a contrariar prognósticos
de efeitos catastróficos
o meio ambiente ficará inteiro
e viveremos em harmonia
sob o signo da alegria


para uma vida de conforto
o pouco será bastante
casa comida diversão e arte
quem sabe passear em marte
em uma nave flutuante


o planeta terra será água
será terra será floresta
será bicho será festa
peixes e dias nascendo
noites anoitecendo



sem sustos e medos
a hipocrisia arremedo
de um passando distante
o universo será vasto
como o coração dos amantes

J Estanislau Filho



Do meu livro Palavras de Amor - página 39


No prelo: Prova de Vida



 



segunda-feira, 5 de julho de 2021

Das Minhas Lembranças 11


     Ao chegar em casa, pouco antes do anoitecer, vindo do trabalho, aguava uns pés de quiabo que plantara recentemente. Morávamos no Bairro Lindéia,  tendo como bons vizinhos à direita, o Seu Zé Pereira e Dona Iolanda; à esquerda, Sebastião Benevides e Dona Maria. Pagávamos aluguel. A divisa de minha morada com a do Tião era separada por uma cerca de arame farpado, pela qual passávamos para as nossas conversas. Seu Tião dedilhava um violão e a gente costumava entoar umas canções sertanejas de raiz. Era o ano de 1979 e eu estava empenhado na construção do núcleo do que viria a ser, em 1980, o Partido dos Trabalhadores. Seu Tião foi fundamental na construção do núcleo, pois participava ativamente da Igreja Católica e fez a ponte com o pároco, Padre Miguel, que cedeu o espaço para as nossas reuniões de organização. Fizemos alguns debates sobre o partido que queríamos com boa participação. Alguns nomes eu me lembro bem: Rui Barbosa; Simeão; Roberto Lélis; João, o Alemão, o seria o Gaúcho?, diácono da paróquia; Seu Tião Benevides; Eliana Belo; Divino; Zito; Joana Darc. A cartilha PT:  Nossa Vez, Nossa Voz, dava o suporte em nossos debates.  Deste núcleo eu, Eliana e Rui fomos escolhidos delegados ao primeiro congresso estadual  do Partido dos Trabalhadores, que se realizou no Colégio Pitágoras em Belo Horizonte.

      Fui convidado a contribuir na construção do núcleo do Bairro Industrial, que faz divisa com o Lindéia, por José Maria Lopes, o Guinho. Outros companheiros,  Geraldo Bernardes;  Carneiro (José do Carmo); Geraldo Lopes; Zailtom faziam parte do núcleo.

     Os acontecimentos do congresso estadual de fundação do PT, contarei na próxima lembrança.  Teve momentos hilários.


J Estanislau Filho