O céu de Dumaville tem nuances diferente de outros céus.
O céu de Contagem, por exemplo, às vezes é encoberto por fumaças. À noite acontece de não vermos estrelas. Olhos e corações enfumaçados, porque há lua, há sol. Mas isso é uma coisa comum nas metrópoles. O preço a pagar por ruas iluminadas artificialmente; shopping's; carros e canos de descargas.
O céu de Diamantina é diáfano. Em noite de Vesperata desespera-se. Caem torrentes de fagulhas, que se diluem no espaço cósmico.
Já o céu de Dumaville tem silêncio de luz ausente. Rota de aviões. Uma noite cheguei a contar dez, com pouco seriam doze, passeando entre estrelas, tivesse eu os sentidos apurados. Distraí-me com uma estrela cadente.
O céu de Belo Horizonte já não é tão belo como antes. Faz tempo não vejo.
O céu de Ponta da Fruta se vê até aonde as vistas alcançam, seja noite, seja dia. Tem cheiro de águas profundas. O céu de Ponta da Fruta tem baleias, sereias, pérolas em ostras, golfinhos, estrelas-do-mar...
O céu de Dumaville tem nuvens negras, rajadas de vento, árvores assustadas, balançando. Às vezes o céu de Dumaville dá medo. Pode ser que a natureza esteja nervosa. Raios rasgam as nuvens. Bonito e amedrontador. Percebo, então, que na natureza, grande e pequeno, branco e negro têm a mesma importância. Relâmpagos e trovões, luz e breu integram-se.
Concluo, que o céu é um só, manto comum.
Esta crônica está no livro Crônica do Amor Virtual e Outros Encontros-Edição esgotada
Está no ar meu último lançamento: A Moça do Violoncelo (contos de suspense) - Estrelas (poesias). Dois livros em um. Aos interessados, façam contato por e-mail: jestanislaufilho@gmail.com ou ainda pelo zap: 32-9 9963-0023
É um preço peço se paga por viver na cidade grande!
ResponderExcluirExcelente e melancólica cronica! Parabéns!
Obrigado, Carlos, jornalista e escritor talentoso.
ExcluirExcelente leitura, Estanislau. " O céu contudo, é o mesmo, os olhos que o vêem, não, os medos, talvez".
ResponderExcluirÉ isso aí, amiga e parceira de letras. Volte sempre.
ExcluirQue bela crônica!! Tenho a impressão, cada vez mais, que céus metamorfosearam-se em telas, pena!
ResponderExcluirGrato pela presença, sempre que convocado, Arnaldo. Sempre bem-vindo.
ExcluirGrato pela presença, sempre que convocado, Arnaldo. Sempre bem-vindo.
ExcluirObrigado, Arnaldo. Sempre presente se convocado. Volte sempre.
ExcluirLinda narrativa sobre o céu de Dumaville e demais...O céu pode estar escuro,turbolento, com raios ventos e tempestade, mais se você estiver com sua alma tranquila, resplandecerá lindas energias e se tornarão lindo novamente.Um grande abraço poeta Estanislau!
ResponderExcluirObrigado Leni, seu comentário me alegra. Abraço, volte sempre.
ExcluirMuito belo, contemplando a gente descobre as nuances, as minucias, os segredos. Com as cidades a gente quase não não percebe a natureza como ela realmente é. Aplausos mil. Paz e luz
ResponderExcluirCom esse manto, seu conto é mais que um ponto, é uma linda exclamação Stan*****
ResponderExcluirObrigado pela presença sempre generosa, amiga e talentosa parceira de letras. Sempre bem-vinda.
ExcluirProssigo a ler contos e cronicas recebidos com atraso PARABÉNS PELA BELEZA COM QUE V. ESCREVE.
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