Alguns anos vivi em Itabirinha.
Principalmente quase morri em Itabirinha.
Uma tora de madeira me seguia, enquanto eu rolava morro abaixo.
Fui salvo pela Pedra da Boneca,
Que se ergue bela, imponente.
Foi ela quem retardou a velocidade do tronco.
Por isso sou de pedra.
Coração mole.
Eu a vi pela primeira vez da carroceria do caminhão, quando mudávamos para Itabirinha.
Foi um baque.
A gratidão que tenho pela vida vem da Pedra.
Com ela aprendi que as dúvidas não serão dissipadas.
É a dúvida que me impulsiona.
A Pedra da Boneca me ensinou, que nem sempre a menor distância de um ponto a outro é uma reta.
Ainda hoje é ela quem me faz lembrar a nudez macia de Auxiliadora e de seus seios juvenis, duros como a Pedra.
Dos nossos desarvorados beijos nas tardes quentes de Itabirinha.
Hoje sou letra solta no alfabeto.
Itabirinha não é apenas uma fotografia na parede.
Como a Pedra da Boneca, cravada em meu coração.
Mas não dói!
Foi durante a releitura de algumas poesias de Carlos de Drummond de Andrade, especialmente Confidência do Itabirano, que me veio a ideia de escrever sobre meus dias em Itabirinha. Uma coincidência: Itabirinha, diminutivo de Itabira. Drummond o poeta maior, eu o poeta menor.
Confissão do Itabirense fecha o livro Estrelas (poesias), que tem ainda A Moça do Violoncelo (contos de mistérios). São dois livros em um, com duas capas e orelhas em papel laminado. 176 páginas. A publicação não tem fins lucrativos. Saiba como receber o seu exemplar, entrando em contato com o autor, pelo e-mail: jestanislaufilho@gmail.com ou pelo zap 32 - 9 99630023
Gostei do que li e da comparação.
ResponderExcluirFeliz Natal caro amigo.
Abraços natalinos.
Feliz Natal, amiga e parceira de letras. E um 2017 cheio de poesia e alegria.
ExcluirConfesso que fiquei curiosos, o quê o grande poeta (tão grande quanto Carlos Drummond de Andrade) estava fazendo no topo do morro? Tema para um próximo conto. Abraços Léia.
ResponderExcluirEstava trabalhando, tempos difíceis. Abraço, feliz Natal.
ExcluirPoetas não são maiores ou menores, são diferentes mas tem na alma uma infinda humanidade. Que bela poesia, um momento de ressurreição.
ResponderExcluirObrigado, arnaldo, sempre presente ao ser convidado. Pode vir sempre, sem convite. A casa é sua. Feliz Natal e um 2017 repleto de coisas boas.
ExcluirOlá Estan. Gostei muito do texto, "Confissão do Itabirense". Num período que você lia os versos do poeta, Carlos de Drummond de Andrade. Grande referência poética e que deve ter sido bem importante para a construção do seu texto. Aplausos e te desejo um lindo domingo. Abraços, amigo.
ResponderExcluirObrigado Gernaide, pelas palavras generosas. Seja sempre bem-vinda. Feliz Natal e um ano novo de paz.
ExcluirUm excelente condutor de leitores, e és um grande escritor e poeta. Abraços, Estanislau.
ResponderExcluirQue a pedra da boneca continue lhe protegendo e deixando-o cada vez com o coração mais mole, amigo!
ResponderExcluirObrigado pela presença, caro amigo e jornalista, Carlos. Feliz 2017.
ExcluirGrato, amiga querida, Eneida. Feliz Natal e um 2017 de alegria e poesia.
ResponderExcluirBELA HOMENAGEM POÉTICA A CIDADE QUERIDA. APLAUSOS MIL. FELIZ 2017
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ExcluirGratidão, Norma. Feliz 2017
Excelente! Uma delícia de leitura!
ResponderExcluirFlávio Cruz
Grato pelas palavras generosas, Flávio.
ExcluirEstá bonito o seu blog e as poesias mais ainda. Parabéns, nobre amigo Stan!
ResponderExcluirAbraço, Ysolda, sempre bem-vinda. Grato.
ExcluirEu sou testemunho em vida. Eu estava lá e ainda Estou aquí...
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