Para o meu neto Raul e a todas as crianças do mundo
Um dia peguei um punhado de vento com as mãos.
Senti o seu perfume.
Depois coloquei-o dentro de minha caixa mágica,
envolvido em papel celofane,
para protegê-lo do frio.
Eu queria saber a sua cor,
mas para isso não podia ter pressa.
Deixei-o lá trancado por um tempo.
Passado esse tempo, abri um orifício,
para que ele não escapasse.
Olhei-o dormindo sossegado, sob a proteção do papel.
Não tinha cara de assustado.
Parecia feliz até.
Mas não via nenhum matiz.
Conformado, chamei algumas crianças,
que brincavam de amarelinha na rua,
para que elas se surpreendessem com o vento.
A criança que olhou primeiro disse: - olha, é vermelho.
A segundo discordou: - não, é azul.
Depois a terceira riu, afirmando: - é verde.
- Não, é lilás - gritou a outra.
Cada uma vislumbrava uma cor.
Em coro disseram: - Solta ele, tio!
Em seguida o libertamos entre as flores do jardim.
Enquanto elas acenavam contentes,
eu tentava entender porque eu não enxergara
nenhuma cor...
J Estanislau Filho
Você é espetaular! Sempre!
ResponderExcluirObrigado, Suzana, bom ter você de volta. Bração.
ResponderExcluirSempre bom ler e sentir seus escritos ! Obrigada!
ResponderExcluirValeu, grato.
ResponderExcluirMuito bom velho amigo e nobre escritor.
ResponderExcluirGrato pela generosidade...
ResponderExcluirPoeticamente lindo, seu punhado de vento!A inocência das crianças o via da cor que coração queria que o vissem e acertaram. Nada deve ficar preso, principalmente o vento, que deve continuar seu caminho, refrescando o calor das pessoas.
ResponderExcluirObrigado, Carlos Costa. Sempre bem-vindo
ResponderExcluirUma singeleza
ResponderExcluirNossa que lindo. Me lembrei das histórias do Ziraldo. Ahhh é o vento era da cor do arco-iris
ResponderExcluirÉ sempre assim, a cor do vento/alguém viu antes de mim... rsrs. abraço
ExcluirMuito bom. Amei. Feliz semana.
ResponderExcluirObrigado pela gentileza. Bem-vinda
ResponderExcluirTalvez naquele momento você não olhava com a pureza de um menino. Ou talvez o fato de não enchergármos o que queremos é porque o invisível no assusta um pouco. Mas é esse Ton de cor ( de nada) que nos faz imaginar milhões de sonhos e coisas. Seja um menino em sua mas ampla inocência e verás que a vida é sim cheia de cores lindas. Assim como a cor do seu coração. Abraços apertadinhos dessa Mineirinha das Gerais
ResponderExcluirNeide, muito bom receber seu comentário. Bem-vinda, querida. Felicidades.
ExcluirMaravilhoso. Parabéns, poeta.
ResponderExcluirObrigado, amiga e parceira de letras.
ExcluirBoa noute.
ResponderExcluirLinda poesia feira com mestria. Seu neto Raul é um menino lindo e sortudo ter um avô que mima e ama tanto. Meus aplausos maravilhosa criação.
Maria Mendes- Londres
Obrigado, Maria Mendes. Bem-vinda, volte sempre. Abraço.
ResponderExcluirFazia tempo que eu não lia algo tão belo. O olhar das crianças deram um colorido especial à tua linda escrita. Parabéns.
ResponderExcluirObrigado pelas palavras generosas, Conceição. Bem-vinda.
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