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o aperto e o desconforto do quarto
e esse corpo cansado
nesses dias em que estou farto
não sei se parto agora
com o coração partido
como pássaro ferido
sem vento lá fora
moscas rondam o nariz
desse infeliz inadequado
bate o sino da matriz
meretriz beijando desdentado
vejo a cara de desgosto
falsidade em cada rosto
sorrisos venais
sordidez em mesas luxuosas
e um buquê de rosas
em ambientes banais
hipocondríacos hipócritas
em seus comensais
durmo com preguiça
da horta uma horda
de larvas não me largam
entro em êxtase às avessas
abutres engravatados
engavetados em seus ternos
com ternuras e galanteios mornos
súcia de sócios por todos os lados
o meu sono um inferno
J Estanislau Filho
Poema do meu livro Estrelas - 2015
Grato amiga querida e parceira das boas letras. Sempre bem-vinda!
ResponderExcluirAplausos, tristeza também consegue ser beleza, depende do talento!!
ResponderExcluirObrigado, Arnaldo, amigo e talentoso parceiro de letras.
ExcluirEssa quarentena nos faz sentir como nos seus dois primeiros versos.
ResponderExcluirMUito bom... Abraço
Pois é, Iara, parece uma premonição. Grato.
ExcluirSuper atual!!!
ResponderExcluirObrigado, Regina! Bem-vinda.
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