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Em 2006 a mídia corporativa batia impiedosamente no Partido dos Trabalhadores e em suas principais lideranças, por conta das denúncias do mensalão, iniciadas em 2005. Joaquim Barbosa fora alçado à condição de Herói Nacional. Todo dia, uma denúncia envolvendo Delúbio Soares, o Deputado José Genuíno, Silvinho Pereira, José Dirceu, o Deputado João Paulo Cunha, o marqueteiro Duda Mendonça, o empresário Marcos Valério, suposto operador do mensalão, também chamado de caixa 2.
É nesse contexto que vou fazer parte da Executiva Municipal. Como disse anteriormente, com a saúde abalada e nuvens obscuras sobre minha cabeça. A reeleição de Lula corria sérios riscos.
Ainda está vivo em minha memória, o debate ocorrido numa reunião do diretório municipal. Estávamos perplexos com as denuncias de corrupção martelada cotidianamente. Ninguém se conformava com o recebimento de propinas por parte de lideranças e membros do governo Lula. A indignação era tanta, que o companheiro José Geraldo propôs desfiliação em massa. Apesar das tais nuvens sobre a minha cabeça, um raio de lucidez me levou a pedir calma, devagar com o andor, que o santo é de barro, disse na ocasião. E disse mais: que deveríamos pensar num golpe contra o governo, às vésperas da eleição presidencial. Eu tinha sérias dúvidas da veracidade das denúncias, que precisávamos esperar os desdobramentos. A proposta de desfiliação foi abortada. Enquanto isso, Joaquim Barbosa bombava nas manchetes: O menino pobre que veio salvar o Brasil. Eu dialogava com os meus botões, que havia uma conspiração em curso. Todo dia o Jornal Nacional exibia tubos de esgoto jorrando dinheiro. Foi um momento difícil, que deixou sequelas. Muitos e muitas, decepcionados, saíram do partido. Assim como outros tantos e tantas, decidi que não poderia abandonar o barco naquela altura. Travamos o bom combate. E Lula se reelegeu e continuou implementando políticas de inclusão social, assim como Marília Campos, que se reelegeria em 2008.
Em 2010, apresentei minha carta de desfiliação. Sobre a minha saída do partido, contarei no próximo capítulo.
J Estanislau Filho
A sua posição naquele momento foi muito importante Stan.Através da não desfiliação de muitos é que continuamos na construção de uma cidade e um Brasil para todos e todas. Vc desfiliou do PT???
ResponderExcluirObrigado pelo comentário. No próximo capitulo eu conto como foi a desfiliação. Aguarde.
ExcluirQuem se filia a um partido político está sempre correndo riscos de decepcionar-se, assim como acontece em qualquer entidade social.
ResponderExcluirNo meu caso, não me decepcionei. Grato pela vista.
ExcluirA esquerda não pode abalar pela midia que temos . O Joaquim Barbosa deu seu show porque tinha pretensão maior.
ResponderExcluirIsso mesmo, Geni. Grato pela presença. Volte sempre.
ExcluirÉ verdade a mentira replicada tantas vezes que parece que vira verdade...foi desmentido, mas, não foi para mídia.
ResponderExcluirHoje temos a certeza que foi golpe, mas na época foi muito confuso.
ExcluirCreio que as decepções são corriqueiras na política Nacional. Acho que fizeste bem em apresentar a desfiliação do partido. Abraço.
ResponderExcluirAguarde o próximo capítulo. Grato.
ExcluirPenso que precisamos tomar partido pois ,ficar em cima do muro não é confortável, além de ser perigoso. Também torna-se necessário avaliar o momento que o país está passando. Precisamos pensar no bem estar dos brasileiros ou a política se tornaria apenas cabides de empregos.
ResponderExcluirObrigado. Volte sempre.
ExcluirNão sei porquê o comentário saiu como anônimo. Ângela Matos de MG
ResponderExcluirCreio, Ângela que você não tenha digitado seu e-mail. Abraço fraterno.
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