Era um homem de sentimentos contraditórios. De um lado, a felicidade por compartilhar os prazeres do sexo com uma mulher jovem e bela. Por outro lado, insegurança, por causa da diferença de idade, grande, para os parâmetros vigentes. Fazia uma analogia do amor de Delgadina com o personagem do romance de Gabriel Garcia Marquez, Memórias de Minhas Putas Tristes.
Maria Cândida se derretia de amor a Jorge Fernando. Nua e sem pudores, expunha a maciez de seu corpo jovem aos olhares e toques do seu amor, meu homem, como gostava de dizer. Quando faziam sexo, ela preferia fazer amor, urrava de prazer, urros escutados nos ambientes contíguos.
A beleza de Maria Cândida não residia apenas em sua juventude. No delineamento de suas curvas. Em seus seios duros e empinados. Nas coxas esplendidamente torneadas. Era carinhosa e estava sempre disposta ao amor, ao grande amor de minha vida, dizia, abraçando Jorge Fernando.
Por seu turno, Jorge, trinta anos mais velho, permanecia em sua ambivalência. Embora encantado com a beleza de Maria Cândida, sofria, sem saber a exata razão. O primeiro baque sentiu ao ir ao cinema. As pessoas reparavam. Fez questão de beijar a boca de Maria, mais com o intuito de avisar às pessoas que ela não era sua filha, do que uma manifestação de amor. Em sua pureza, a garota não percebia o desconforto de Jorge. Abraçava-o e o beijava publicamente. Às vezes ele a afastava, com irritação.
Certo dia Maria Cândida manifestou o desejo de ir a uma casa noturna, para dançar. Jorge tentou demovê-la da ideia. Maria fez caras e bocas. Jorge cedeu, com a condição de que voltariam cedo. Nada de virar a noite. A casa estava lotada. A pista tomada por jovens, que pulavam e dançavam ao som de dance music. Maria puxou Jorge pelo braço e... O som era muito pesado para os seus sensíveis tímpanos. que gostavam clássicos. Mas não queria decepcionar Maria. Por fim, exausto, foi sentar-se, deixando a pequena curtir a balada.
Às duas da madrugada, Jorge quis ir embora. Maria pediu adiamento, prometendo que, às três sem falta, iriam. Jorge cedeu, a contragosto. Três horas, novo pedido de adiamento. Às cinco o casal saiu da discoteca, abraçados, felizes.
Jorge Fernando e Maria Cândida continuam se amando. Até quando, o tempo dirá.
Luiza De Marillac Michel. Uma mulher de verdade a Maria, sem pudores, sem horrores ao sexo puro e genuíno. Esse é um dos seus mais belos contos. Vou reler depois. Meus parabéns e um abraço com carinho de sempre
ResponderExcluirObrigado 🙏 Lu. Volte quantas vezes quiser. Abraço fraterno!
ExcluirO amor é justamente a ausência da razão
ResponderExcluirValeu Geruza, sempre bem-vinda!
ExcluirSanCardoso - Um conto verdadeiro de sentimentos intensos. - Quando existe um sentimento real, tudo é possível a diferença de idade não importa. TUDO SE SUBLIMA! Parabéns, Estanislau, querido! Beijos ternos
ResponderExcluirObrigado SanCardoso. Abraço fraterno!
ExcluirLiiza M Manfredi . Existindo respeito cumplicidade, parceria e amor , idade não é problema. Belo conto de amor. Parabéns
ResponderExcluirObrigado 🙏 pela gentileza , volte sempre!
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