O som rouco da bomba d'água
rompe a noite, acorda cadáveres na hora morta
e nas trevas do meu jardim
uma orquídea desenxavida espalha raízes em meu corpo
num amplexo deuteragonista.
Plantígrados, aprendizes canhestros
da antropofagia ocupam meu sono
e os vejo desventrar-me avidamente
para depois partirem com as bocas lambuzadas,
risos vermelhos noite adentro.
A clepsidra anuncia a chegada
de um coral de moscas incognoscíveis,
enquanto em meu último estertor tento
acender o antracito e um circunlóquio...
último esforço na tentativa de evitar as exéquias.
Este poema integra Palavras de Amor, meu livro do poemas
editado pelo selo Biblioteca 24 horas.
www.biblioteca24horas.com
Enquanto for meu o corpo, a imagem, o sonho, a letra, a palavra, o poema, o livro, a casa, o sofá, o quintal for meu, seremos prisioneiros de um particular mundinho ilusório, eu, eu, eu..meu meu meu.. e as exéquias neste teatro a céu aberto, fatalamente, farão parte do diário viver..
ResponderExcluirVolte sempre, bom ser lido por ti, Alice. Abraço.
ExcluirDesenhados versos sob vocabulário rico e determinado em fazer do fim a expressão maior - que partilha a sentença opaca da ida - sendo que o estar é o maior segredo!!! Lindo poema POETA***** Abraço poético da amiga leitora Luiza Michel
ResponderExcluirObrigado Luiza, volte sempre. Abraço.
ExcluirNossa Estan que texto mais esdrúxulo, não me importo como será o meu fim após os sete palmosde sepultura, mais sim com minha vida eterna, pois haverá o juízo final onde terá o arrebatamento sendo assim terá dois caminhos a seguir ...o do ranger e não ranger os dentes.Respondi a sua pergunta!
ResponderExcluirPois é Maria Leni. Cada um tem o fim que merece, né não? Abraço e seja sempre bem-vinda.
ExcluirPois é Maria Leni. Cada um tem o fim que merece, né não? Abraço e seja sempre bem-vinda.
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