A casa ficava em um sitio. Ao seu redor, tudo muito bem cuidado, com um pé de manacá ao lado da porta de entrada e uma roseira plantada em um velha lata de banha. Um pouco afastado da casa, um galinheiro com galinhas poedeiras e um poço de água cristalina. Pouco se sabia sobre os donos da casa, apenas que trabalhavam de sol a sol na lavoura, plantando e colhendo mandioca, milho, café e cana de açúcar. Assim era vida do velho Jeremias e seu filho Bernardo. De vez em quando iam ao povoado trocar seus produtos por outros que não produziam. Entretanto, algo intrigava o povoado: a casa dos dois não tinha janelas, apenas duas portas, uma na frente e outra nos fundos. A única pessoa que um dia entrara lá, disse nada haver de especial lá dentro, apenas um caixote de mais ou menos dois metros de comprimento com várias rosas em cima. E que a casa tinha duas telhas de vidro no telhado, mas mesmo assim era escura e calorenta. Um sujeito, cuja curiosidade ia além dos limites deu um jeito de entrar na casa e viu o caixote enfeitado com as rosas da velha lata. Ao abri-lo deparou-se com um esqueleto todo vestido de branco, com roupas femininas. O povoado ficou sabendo da novidade e a policia foi investigar o fato. O esqueleto era da finada mulher do velho Jeremias, que chorou todas as lágrimas possíveis ao enterrar os ossos da finada esposa.
Conceição Gomes
Conceição Gomes
Narrativa que me remete à infância. Adorei!
ResponderExcluirValeu a presença. Conceição tem uma escrita enxuta. Abraço.
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