Ao darem a palavra de honra de não tornar pública suas relações amorosas, decidiram, em conluio, plantar um jardim, para selar o pacto. Sonhavam ver seus caminhos juncados de flores e em volta, o chilreio dos pássaros.
Caminhavam de mãos dadas pelos parques, sorrindo e se beijando. Sentavam-se em bancos de praças arborizadas, observando atentamente a fonte luminosa e os passantes. Em casa saboreavam bolinhos-de-chuva.
Cego de amor, ele prometeu ir até o sol e trazer acesa a tocha, para aquecer seus dias. Ela prometeu acender círios coloridos pela casa, todas as noites, para que o breu não os impedisse de ver o brilho de seus olhos. Ele garantiu que iria ao fundo mar capturar um cavalo-marinho e o colocaria em um aquário, para o sortilégio de uma felicidade a dois.
Todavia a névoa chegaria, impedindo-os de vislumbrar olhares dissimulados, gestos de fastio.
Dos sussurros nos ouvidos percebiam orgasmos fingidos. Noites mal dormidas.
No jardim as flores murchavam.
Os círios foram se apagando um a um.
O brilho dos olhos foi substituído pela palidez.
Os sorrisos, outrora espontâneos transformaram-se em arremedos.
As palavras tornara-se ásperas, insípidas.
Agora o mundo inteiro ouvia as pragas mútuas.
A honra fora substituída pela desonra.
O amor pelo ódio.
J Estanislau Filho
Do meu livro Crônica do Amor Virtual e Outros Encontros páginas 61/62
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www.protexto.com.br
Triste,mais há desencontros em nossa vida,onde poderia ser tranformados em uma linda história de amor...e que esta névoa desaparecesse e brilhasse o sol novamente ,pois o amor supera tudo.Parabéns pela crônica bem escrita meu caro escritor José Estanislau Filho.
ResponderExcluirObrigado Maria Leni. Seu comentário me honra muito. Volte sempre.
ExcluirUma bela história de amor, sonhos e paixões, terminando. O cotidiano muitas vezes transforma as quimeras, pelo desgaste da rotina. por uma triste realidade. Um sábio relato de um caso de amor que acabou. Sua crônica, muito bem construída, atrai a atenção do início ao final. Aplausos Poeta Estanislau. Continue divulgando seus textos, para que possamos nos deliciar com tão gostosa leitura. Abraços
ResponderExcluirluiza menin manfredi.
Pois é Luiza, dizem que o ódio é a outra face do amor. Obrigado pela leitura e pelo comentário. Seja sempre bem-vinda.
ExcluirUm conto belo e, ao mesmo tempo, muito intenso. Penso ser o amor um compartilhar de sentimentos que se direciona na busca da harmonia. Onde se há ódio, não existe amor. Abraço, caro amigo e poeta, J Estanislau. (Giovanni Pelluzzi)
ResponderExcluirSim Giovanni, que o amor não desarvore e se transforme em ódio. Obrigado pela presença, Volte sempre.
ExcluirUma pena, tantas juras e promessas esquecidas. Mas, o amor é assim mesmo...um tanto volátil! Mas, parabéns poeta pela belíssima crônica. Bj!
ResponderExcluirÉ isso Nana, quando se transforma em ódio, talvez nunca tenha havido amor. Obrigado pelo comentário, volte sempre.
ExcluirMUITO BOM TEXTO, MAS PREFIRO OS TRÊS PRIMEIROS PARÁGRAFOS, DE ÓDIO BASTA O QUE VIVEMOS RSRSRS....
ResponderExcluirPARABÉNS!
ABRAÇOS
Terezinha, infelizmente o ódio existe, não podemos fugir a esta realidade. Eu também prefiro o amor, sempre. Obrigado pela presença. Seja sempre bem-vida. Abraços.
ExcluirParabéns pelo trabalho. Muito bom seu texto. Me senti parte desse texto, já vivenciei esse fato. Parabéns!
ResponderExcluirObrigado Rubens Alves. Infelizmente é algo bastante comum. Seja sempre bem vindo. Abraço.
ExcluirBelíssimo. Só que o momento que estou passando tem muito desse conto curto. Assim, sei muito bem o que é ter substituído todo o amor pelo ódio e começar a criar o ódio para uma troca justa. Sebastião Verly
ResponderExcluirÉ isso aí, Sebastião, contudo, a consciência prossegue. Obrigado, pela honra da leitura e do comentário. Volte sempre.
ExcluirSheik, Sheik, prefiro acreditar nos cavalos marinhos e nas noites de lua cimitarra turca. Beijo
ResponderExcluireh eh eh Beijo Sherazade.
ExcluirFantástica criação. Parabéns, amigo.
ResponderExcluirObrigado, Carlos, pela leitura e comentário. Abraço.
ExcluirAmor e ódio se cruzam na avenida da solidão... Beijos querido Stan*****, Luiza Michel
ResponderExcluirÉ isso aí, Lu.
ExcluirAcho falar de amor, sempre uma coisa difícil. E do do "desamor", mais ainda. As palavras são como os "tons", que nos conduzem ao raciocínio do sentimento. Parabéns.
ResponderExcluirValeu, Iara, abraço.
ExcluirÉ o que chamo de inevitabilidades, resultantes das inabilidades nos relacionamentos...Hoje mostrei umas fotos dos meus primordios anos (está no face) e a inabilidade do maridão foi esta: não acho essas fotos bonitas, tem outras muito mais. Azedou o meu dia rsss.penso que quando não temos algo bom para falar é melhor ficar de boca calada. Considero essas inabilidades, pior do que infidelidade.
ResponderExcluirA um anônimo é sempre difícil responder, mas faz sentido. A inabilidade talvez seja resultado da ausência de amor.
ExcluirEnquanto não trazemos a tona o nosso lado oculto, escuro, assombrado, fantasmagórico, afim de o integrarmos, a Luz da Consciência, circulamos indefinidamente, nas polaridades, amor x ódio, trevas x luz; bem x mal, pois que quando transformamos a sabedoria em amor, este se transforma em felicidade e a felicidade é um atributo e expressão legítima do Ser..
ResponderExcluirComo sempre excelente tuas palavras e conteúdo que indaga a psique humana e suas manifestações sociais, psicológicas, mentais..Mil bjs.. Alice
Há que se superar o ódio. Como disse Nelson Mandela, mais ou menos assim sobre algo similar: ninguém nasce odiando. E se se aprende a odiar pode-se aprender a amar.
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