Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zoo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.
Vladimir Maiakovski (1893-1930)
Que o amor seja livre, leve e breve, como sopros de brisa ao cair da tarde. Obrigada pela partilha poeta!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirValeu Lu, seja-bem-vinda.
ExcluirBelissimo
ResponderExcluirVerdade, Luíza. Abraço
Excluir"O Amor" também já foi cantado.
ResponderExcluirSim, na voz da Gal ficou esplêndido. Abraço.
ExcluirEsplendoroso efervescente grito libertário grito de Amor, porém Amor que vem da alma..Bela escolha Stan..bjs@
ResponderExcluirMuito lindo. Beijo
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