Numa manhã em que o sol se anuncia nas frestas de sua janela, você acorda triste, sem saber o motivo. Pode, acontecer, também, no decorrer do dia, ao anoitecer. A tristeza chega sem avisar.
Mas, você, questionador, que faz autocrítica, convoca seu detetive interior, para tentar desvendar esse súbito aperto no peito. Pode ter sido apenas um sonho ruim, ou um mau presságio, como pode ser uma mudança hormonal; a morte ou doença de um ente querido. E por outros tantos motivos.
Ai o seu detetive interior avisa, que você tem visto muita televisão, jornais, então; tem ficado muito nas redes sociais, locais em que as notícias de um cotidiano violento prolifera. Notícias de assaltos; ônibus e pessoas queimadas; notícias falsas, as tais fake news. E de muitos comerciais. E você já não consegue separar o joio do trigo; a verdade da mentira. Os algoritmos conduzindo sua vida.
Você continua vendo, lendo e ouvindo gente sem escrúpulo, com sede de lucro, queimando e desmatando florestas, destruindo as bacias hidrográficas por meio do garimpo ilegal. No meio de toda essa muvuca virtual, você acaba entrando num grupo de tios e tias do zap, que financiam movimentos fascistas. Seu detetive interior diz pra você pular fora disso. Descobre, finalmente, porque acordou triste.
Ah, estava me esquecendo das guerras em que corpos inocentes são dilacerados por bombas de fósforo branco. Os fascistas espreitam. Atacam.
Você descobre que não tem como fugir dessa realidade. Dá um chute na tristeza, que o imobiliza e vai à luta, porque a vida é pra ser vivida. Coletivamente.
J Estanislau Filho
Desde que o samba é samba
[Caetano Veloso e Gilberto Gil]
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer
Veja, o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor
O grande poder transformador
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
Cantando eu mando a tristeza embora
Cantando eu mando a tristeza embora
Cantando eu mando a tristeza embora
Tristeza e alegria não tem ideologia, tem dia.
ResponderExcluirTudo depende. Valeu
Excluir*cantando eu mando a tristeza embora* se deixar a tristeza por um longo tempo vira algo mais sério que pode até matar
ResponderExcluirÉ isso aí. Grato 🙏
ExcluirEm meio às trevas, rebrilha a luz que nos deu a Vida!
ResponderExcluirA tristeza nem sempre é triste, por vezes é apenas a voz íntima nos convidando a olhar as coisas de forma mais profunda. É certo que a tristeza do mundo nos dilacera, um olhar mais amplo nos diz, no entanto , que tudo passa.
Gratidão pela reflexão, poeta amigo. Abraço
Grato pela leitura atenta e pelo comentário assertivo. Volte sempre que quiser!
ExcluirTristeza, por favor vai embora
ResponderExcluirMinha alma que chora
Está perto o meu fim...
Bela reflexão 😊
Valeu 🙏
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