Não se assuste com uma folha em branco. Passar para o papel, ou digitar o que está pensando é só começar. Um escritor ou escritora, está nascendo. Para escrever não é necessário dominar a gramática. Isso é tarefa dos gramaticistas. Nem precisa de um vocabulário extenso. Para um bom entendedor, meias palavras bastam (ou seria basta? O verbo vai pro singular ou plural? Eis o impasse). certo? Não se deixe bloquear por estas (ou essas) questões. O importante é se fazer entender.
Antes de prosseguir, abro um parágrafo, para contar, rapidinho, o que me aconteceu uma vez: um crítico literário me sugeriu, depois de ler alguns poemas de minha autoria, que desistisse de escrever, no caso, poemas. Que meus versos eram lixo. Não questionei, acho que ele tinha o direito de me criticar. Não obedeci, continuei escrevendo. Dito isso, volto ao tema inicial.
Sendo que sabemos articular palavras, então, é só passar para o papel. No mínimo, um exercício de aprendizado. Pode acontecer de a escrita ser agradável a uns e a outros não. Nem mesmo Gabriel Garcia Marques é uma unanimidade. Nem é uma certeza de que veio ao mundo literário, um Pablo Neruda, uma Lygia Fagundes Teles. Um Machado de Assis não surge assim, num estalar de dedos. Escrever é um ato de resistência! Pode parecer um clichê, mas é um ato de resistência. Escrever não é privilégio de acadêmicos ou de quem se acha na condição de interditar, seja lá em nome de quê, o direito de todas as pessoas colocarem no papel sua criação.
Não é porque alguém escreve chícara em vez de xicara, que a sua comunicação não é correta. Entendeu, ou precisa desenhar?