quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Quando os Sinos Tocam







A rosa do tempo

Rosa rara de fevereiro
De alguns janeiros
Rosa de luz interior
Rosa pele de algodão, 
Rosa  doce canção

Rosa doce canção, rosa do tempo
Rosa amor de anjo, amor em forma de canção
Rosa em flores ausentes
Beija-flor carente, elegante sempre
Fina expressão

Fina expressão,de rosa
Rosa  em pétalas secretas,
Infelizes  em seu coração
Se não fosse o vento forte,
Oportuno na situação
Não teria provocado tristeza
Augúrio de uma ocasião


Oportuno da ocasião,
Vento triste e insolente,
Destruidor de sonhos em cores
Colibri teria pousado nas  flores
Extraindo o néctar da rosa 
E permaneceria  morando no  coração.


Eliane Auer













Estações



Já não tenho falso sabor da juventude
Não tenho a energia de insistir que tenho razão
Já não sou inocente como fui quando jovem

Tenho a carência da criança que pede colo
Tenho o perfume das pétalas secas
O sabor da fruta madura

Sinto o orvalho da madrugada
O calor do abraço
O cheiro de terra molhada

Sinto o cansaço e a incerteza 
De que nada se apaga com o tempo

Tenho inverno em mim
Tenho dias de primavera em meu coração
Tenho sonhos contidos de outono
Alegrias de sol de verão.

Eliane Auer* 

* Escreve no Recanto das Letras. Faça contato e peça o seu exemplar.





Vozes do infinito


Imagem: Google






Lamentável os desvios da mente indolente
Escoam os versos que fogem do pensamento
Na solidão incansável cheguei a te recriar
Ilusão de uma mente cansada, penso em parar
E com o tempo tudo se desfaz, é preciso lembrar.
Delírios ou imaginação? Em constante movimento
Desvairada eloquência unir-se com a demência
Lembranças insiste em ficar, volto a impermanência.


Maria Mendes*



*A poeta e escritora Maria Mendes escreve no site Recanto das Letras