Faz tempo não escrevo. Pensava sobre, enquanto o sono não vinha. Isso acontece geralmente à noite. Imagino vários enredos, que se perdem quando o sono chega. Não é por falta de assunto. Podia escrever sobre os últimos acontecimentos da Câmara dos Deputados, ao que muito indica, Hugo Motta e seus parceiros tentam um golpe parlamentar, pois estão acossados por investigações da Polícia Federal; poderia falar do vídeo de Mirosmar, atacando as filhas de Silvio Santos, por ter convidado Lula e Xandão, para o lançamento do SBT News; poderia escrever sobre futebol, sobre guerras, Trump e o avanço do fascismo. Enquanto o sono não chegava meu pensamento andava solto. Terminei a leitura de dois ótimos livros: Coração Sem Medo, de Itamar Vieira, autor do clássico Torto Arado e Pequenos Sertões, histórias em quadrinhos do meu amigo talentoso, Berzé. Falar de nossa amizade, por si só, dá um livro. Poderia escrever, também, sobre injustiça e exclusão social. Mudanças climáticas. Ou do último livro de Jessé Souza, Por que a esquerda morreu?, mas esse só li as primeiras páginas. Faz tempo não crio algo que possa ser chamado de novidade, embora criar coisas novas, como um poema, por exemplo, depois de tudo que já foi escrito, não seja simples. Crônicas salvam os escritores, quando a criatividade está em baixa. É uma saída digna e necessária. Há um porém. As crônicas são como um folhetim do dia a dia. O dia passou, elas envelhecem. Principalmente agora, com a internet. É tudo muito rápido, um assunto abafando o outro. Falar da lambança de Zezé di Camargo já é passado. O agro não é mais pop, é de gente pra gente. No momento temos as ameaças de invasão, pelos Estados Unidos à Venezuela. As eleições presidenciais de 2026, com o bolsonarismo tentando se manter vivo, com Flávio Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas? O Sistema procura um nome, que chamam de terceira via, que possa derrotar o Lula. Política é sempre um prato cheio. Ou vazio. Depende do candidato. E a Zambelle, alguém se lembra dela? Cassaram Dudu Bananinha e o Ramagem, pegaram o Sóstenes Cavalcanti. Tô dizendo, política é um assunto, que tento evitar e não consigo. Ah, o amor, esse é bom de se falar, escrever. Estou de novo amor. Apaixonei, pode isso, na minha idade? Acho que a fonte de inspiração segura é o amor. Ele nos rejuvenesce, humaniza e inspira. Além de nos deixar bem humorados. Já repararam, as pessoas de caras amarradas, mal humoradas, são infelizes e semeiam o ódio? Cria assassinos, psicopatas. Gente desbocada. O amor é paz! E para encerrar a crônica, pois as pessoas não estão com paciência com textos longos, deixo um recado:
FELIZ 2026!

