sábado, 8 de novembro de 2014

RUI



      Rui Barbosa. Nada a ver com o baiano Águia de Haia. Esse Rui não gosta de ler quase nada. Às vezes um capítulo, ou dois, do Evangelho Segundo o Espiritismo. É impressionante como uma pessoa, que não gosta de ler, consegue ter uma concepção de vida sábia. Rui tem consciência política. Não tem preconceito e quer um novo modelo de organização social, com inclusão. Faz uma boa análise da conjuntura. Talvez por causa do evangelho, pode-se dizer, sua única leitura. E é bom de prosa, em geral bem humorada. Atualmente passa por problemas renais, que estoicamente vai administrando.
          Tudo começou...
      Conhecemo-nos disputando uma vaga em uma siderúrgica, na época (1972), considerada a empresa privada que pagava o melhor salário do Estado de Minas. Eu fui aprovado, Rui não. Quatro ou cinco meses depois Rui foi chamado pela empresa e nos tornamos colegas em quase tudo: exercemos a mesma função; saíamos vez em quando para uns etílicos; gostávamos de truco; não dedurávamos; não lambíamos botas e, embora não fôssemos considerados "peões", segundo a hierarquia da empresa, participamos ativamente da greve histórica dos metalúrgicos de Contagem, em 1979.


J Estanislau Filho

     

3 comentários:

  1. Muito bom de se ler, caro escritor! Vou compartilhar! Grata, Luiza Michel

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  2. Tenho aprendido que escrever, falar sobres as pessoas diz muito de nós mesmos.Abraços, de Maceió.

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