sexta-feira, 17 de junho de 2016

de quem é a culpa?

Poema-reflexão

foi cruelmente surrado na infância
por motivos fúteis
bloqueou a consciência.

ao ser estuprado chorou
e levou cuspe no rosto
ergueu as calças e se calou

alguém ateou fogo no pasto
e para se ter uma ideia
levou surra por ação alheia

viver não lhe dava sorte
o que mais doía não era o açoite
era sentir-se boi de corte

sofreu nas mãos da polícia
levou chutes de botas
por pouco o crime o alicia

a adolescência foi perda total
dessa forma adulto se mostra
para o convívio social

pensa pensa como pode
viver uma vida sem ódio
é na velhice que ele explode

vai apodrecer nas grades
foi pego à luz do dia
praticando pedofilia.

J Estanislau Filho




LIVRO, UM PRESENTE INTELIGENTE!!!









J Estanislau Filho






Poema que integra o livro Palavras de Amor - 2010 - Esgotado. É possível encontrá-lo em www.biblioteca24horas.com ou no site da Estante Virtual e ainda na Livraria Cultura. Também em Amazon






17 comentários:

  1. Respostas
    1. É isso aí, Marli. Grato pela presença. És sempre bem-vinda.

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  2. Interessantíssimo poema de uma adolescência não vivida, perdida e culpada, mesmo não tendo culpa alguma. Genial, companheiro.

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  3. Tudo na vida tem uma explicação. Mesmo os comportamentos mais asquerosos. Eis uma poesia forte e inteligente. Magnífica, Stan. Parabéns. Abraços

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  4. Um poema que infelizmente retrata uma cruel realidade submersa mas que precisa vir a tona. Parabéns.

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  5. Comovente expressividade poética sobre maus tratos sofridos na infância e que, aliados à falta de orientação levam toda uma vida à ruína.
    Parabéns pelo reflexivo tema, JEstanislau, e um grande abraço.

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  6. Duro e triste, mas a vida não é brincadeira não. Seu olhar é empático sem ser cúmplice. Isso também não é fácil. Abração, poeta!

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  7. Lendo fiquei bastante tocada por aqueles ou aquelas que passaram ou passam por brutalidades praticadas pelas bestas humanas.😓😥

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  8. Um tema polêmico e difícil de analisa, fixou com fixação na infância neurótica que foi obrigado a viver. parou ali, no fundo quem sabe não queria era pedir socorro, avisando que crianças correm perigo de serem molestadas. Há tantos caminhos para pensar, mas ele precisa pagar pelo erro que deveria estar combatendo e não praticando. Paz e luz

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