terça-feira, 25 de junho de 2024

O Povo Contra a Faria Lima

Por J Estanislau Filho

imagem: Google



Enquanto alguns poucos milionários lucram com as altas taxas de juros, o povo passa perrengues com boletos mensais e outras coisas mais.

Enquanto os especuladores de papéis da Faria Lima faturam milhões, sem produzir um par de chinelo, uma camisa, nós, o povo, suamos camisas, para sustentar a família.

Os inimigos do povo especulam na Faria Lima.

Os inimigos do desenvolvimento do Brasil se divertem na Faria Lima.

Os inimigos da paz social fazem aplicações financeiras na Faria Lima.

Os inimigos dos pobres e da classe média manipulam a economia na Faria Lima.

O Banco Central está  está a serviço da Faria Lima.

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Campos Neto protege os inimigos do povo.

Campos Neto é o capataz da Faria Lima.
 
Essa gente da Faria Lima aposta no quanto pior para o povo, melhor para suas contas bancárias.
 
A Faria Lima é aliada do que há de pior no Congresso Nacional.

A Faria Lima apoia o muambeiro de joias das arábias.

A Faria Lima quer o estado mínimo para o povo e o máximo para ela.

A Faria Lima é um festim diabólico. 

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terça-feira, 18 de junho de 2024

MUTAÇÃO*


Imagem: Google


O Cabo Anselmo aproveitava  o dia de folga para caminhar no amplo espaço da Esplanada dos Ministérios, quando viu um homem correndo atrás de uma seriema, que mancava, por ter uma das pernas machucada. O Cabo desviou o olhar, pois não queria aborrecimentos no dia de descanso. Mas um transeunte o reconheceu. Era o Jaime, funcionário da Câmara dos Deputados.

     - Cabo Anselmo - chamou Jaime - prenda aquele homem, ele quer pegar a seriema, talvez para matá-la. De repente, não se sabe vindo de onde, o Cabo estava cercado por uma aglomeração de pessoas, fazendo coro ao pedido de Jaime.

     - Prenda o predador, prenda o ladrão de seriema!

     - A seriema fugiu do Palácio Alvorada - gritou um manifestante. 

     - Têm certeza? - indagou o policial

     Enquanto isso, o homem lutava com a seriema, segurando-a pelas pernas a uma pequena distância da multidão.

     - Vai lá, Cabo e dá cabo  nisso - gritou lá do fundo um senhor de óculos escuros - não se pode maltratar animais, está na lei. 

     Irritado pela interrupção ao seu passeio matinal,  Anselmo se dirigiu ao local da luta do homem com a seriema, com a pequena multidão atrás, sendo que muitos foram embora, com receios de serem convocados pela justiça, como testemunhas.

     - Você está preso, qual o seu nome, meliante? Perguntou Anselmo, com autoridade, no momento em que a seriema quase escapou. 

     - João Batista, sou cuidador dos animais do Palácio do Alvorada.

     - Está livre , pode conduzir o animal de volta ao seu habitat - autorizou o Cabo.

     - É mentira -  observou um rapaz de jaqueta jeans - esse sujeito é um morador de ruas. 

     - Está preso, por mentir para uma autoridade - disse Anselmo

     - Gente, eu conheço bem esse homem - interveio outro - ele é funcionário do gabinete do Senador Sóstenes. 

     - Você está livre, João, pode continuar seu trabalho - disse o Cabo, com firmeza.

     - Não Cabo Anselmo, o senhor não pode liberar o sujeito, não está vendo que ele quer abater o animal? É um sem-teto, já o vi invadir uma propriedade privada, um prédio desabitado lá em...

     - Silêncio - exigiu Anselmo, irritado com a gritaria - o elemento será conduzido à delegacia, para depor.

     - Não cometa esta loucura, Cabo - chamou a atenção um homem de terno e gravata, que acabara de chegar - esse cidadão é o sobrinho do empresário... 

     Não terminou a frase. O Cabo Anselmo saiu do local, aborrecido por se ver numa encrenca em seu dia de folga. 


J Estanislau Filho


*Inspirado e intertextualiazado de  O Camaleão,  um conto de Antôn Tchecov, publicado nesse blog

domingo, 16 de junho de 2024

O rato


Imagem: Google


Ao se levantar naquela manhã chuvosa e preparar o café, Arnóbio constatou, que um roedor entrara na casa, pois a batata-doce da cesta estava roída; havia fezes no chão, que indicava ser de rato.  Pelo tamanho da desordem, não parecia ser mais que um. Procurou atrás do armário e da geladeira, dentro do fogão e em outros orifícios. Nenhum sinal. Melhor assim, pensou Arnóbio, talvez tenha ido embora. Jogou fora a batata roída e cozinhou a intacta.

     Quando tomava o café, o rato passou correndo, Arnóbio levantou rapidamente, pegou a vassoura e a desferiu no roedor, mas errou o alvo e quebrou o cabo. Nessa altura, o rato não poderia sair de dentro da casa, pois Arnóbio trancara portas e janelas, mas não conseguiu encontrá-lo. Voltou a tomar o café, que esfriava na mesa, enquanto pensava no que fazer.  Sentiu um gosto estranho ao morder a batata; desistiu de comê-la. Então teve uma ideia: foi a uma loja de produtos veterinários e comprou um veneno, uns rolinhos rosas, segundo o vendedor,  fatais. Ao retornar,  inspecionou novamente a casa e nenhum sinal do rato. Bicho escroto, não vai escapar dessa, disse Arnóbio em pensamento.

     Ao anoitecer, escondeu os alimentos em locais seguros, e colocou o veneno com pedacinhos de queijo numa tampa plástica reciclável, debaixo da mesa. Antes das vinte duas horas, foi pra cama. Ao acordar na manhã seguinte, viu que o animal comera o veneno todo. Agora sim, te peguei, seu escroto, disse em voz alta, como se fosse para o rato escutar.

     Na noite seguinte, repetiu a operação, mas esqueceu uma laranja sobre a pia e ao acordar, viu que fora roída, e o veneno ingerido.  O rato continuava vivo e atuante. E assim  sucedeu durante uma semana.  O rato sobrevivia. Comprou veneno mais forte, escondia os alimentos e o animal devorava e desaparecia. Arnóbio revirou os móveis e nada de encontrar o não humano. Não se desesperou, sabia que de uma forma ou de outra o rato não escaparia, pois não tinha água nem comida, só veneno, com a casa trancada. Até que numa noite acordou com um barulho na cozinha. Desceu as escadas e encontrou o rato abrindo com as patas, o armário da despensa. Um rato do tamanho descomunal.  Pelo tamanho que adquira, ele não poderia mais se esconder nos vãos da casa. Agora o humano e o não humano dividiria o espaço. 


J Estanislau Filho

sexta-feira, 14 de junho de 2024

O muro, uma breve análise do conto de Jean-Paul Sartre

Imagem: Google

Por J Estanislau Filho


Em 1976 li O muro, um conto de Jean-Paul Sartre, que mexeu com os meus sentidos, quando eu dava os meus primeiros passos no engajamento da luta pela redemocratização no Brasil. 

      O muro, conto que dá título ao livro, traz mais quatro contos: O quarto, Erostrato, Intimidade e a Infância de um chefe. Nesse ano de 2024 em que o fascismo mostra suas garras, comprei o livro em um sebo virtual e estou relendo. Lembro que Infância de um chefe me impactou também,  mas nessa análise, trato apenas de O muro, que narra os mementos decisivos de alguns jovens anarquistas presos e condenados a morte, pelo regime fascista espanhol. 

     Antes da condenação em si, eles passam por torturas físicas e psicológicas. Na trama, o jovem Ybbieta pode ser poupado do muro (paredão de fuzilamento),  se revelar o esconderijo de um dos líderes do movimento de resistência, Ramón Gris, pelo qual Ybbieta não tem tanta admiração.  Depois de receber a garantia de que não será fuzilado, seus algozes dão-lhe um tempo, para refletir. Esse tempo é uma forma de tortura psicológica, deixá-lo com os seus demônios interior. Trair a causa ou salvar a própria pele. 

     Ybbieta decide por "revelar" o esconderijo de Ramón, mas não o verdadeiro esconderijo. Ele decide fazer troça de seus carrascos. Leva-los ao cemitério, revirar túmulos. E não encontrar Ramón. Trata-se de ato gratuito, que o filósofo existencialista desenvolveria em sua vasta obra. Ybbietá jamais compactuaria com fascistas.

     Acontece que Ramón decidira sair do esconderijo em que se encontrava e ir se refugiar exatamente no cemitério.


Sobre Sartre:

Sartre e Simone de Beauvoir em Pequim


Jean-Paul Charles Aymard Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra. 
Nascimento: 21 de junho de 1905, Paris, França
Falecimento: 15 de abril de 1980, Paris, França
Formação: Escola Normal Superior (1924–1929) · Mais
Influenciado por: Simone de Beauvoir, Albert Camus · Mais
Influenciado / Influenciada: Simone de Beauvoir, Albert Camus, entre outros.

Fonte: Wikipédia

sábado, 8 de junho de 2024

Fazendo Média

 Por J Estanislau Filho


Imagem: Google


Média é uma medida razoável. 

     Uma média de café. Assim pedimos, quando não queremos grande nem pequena. Fazer uma média com amigos e amigas, uma forma de angariar simpatias. Ou mesmo com inimigos, para aplacar suas fúrias. Calma aí, tá nervoso atoa. 

     Quem escreve, geralmente não escreve apenas para si. Quer ser lido, comentado, com elogios, de preferência. Aí fazemos uma média com leitoras e leitores. Faz parte. O mesmo acontece com os vendedores, para seduzir consumidores, tecem elogios, fazem média. 

     Quem nunca ouviu falar de média de público em eventos de qualquer natureza!

     Fazemos média até mesmo quando agredimos supostos  adversários, para  agradar supostos aliados. 

     E se fôssemos todas e todos classe média? Ninguém com mais, ninguém com menos. Não tivéssemos ninguém para pisarmos ou sermos pisados.  O topo da pirâmide social seria abolido, todos no mesmo patamar. 


Imagem: Google

terça-feira, 4 de junho de 2024

Haja Paciência!

Que contexto!


Por J Estanislau Filho 

Imagem: Google

     Paciência revolucionária, disse Lênin em outro contexto. No atual, em que a esquerda encontra-se acuada pelos extremistas de direita, tanto no Congresso Nacional, quanto nas ruas, haja paciência!

     Dois passos à frente e um passo atrás, outro ensinamento do velho Lênin.  O que está acontecendo é uma correria para trás em relação às conquistas trabalhistas e sócio ambientais, com a aliança dos grandes veículos de comunicação e da burguesia empresarial, do agro é pop, do sistema financeiro, na consolidação do modelo econômico neoliberal, que vem colocando o governo do Presidente Lula nas cordas.

     O Senado e a Câmara Federal, de maioria reacionária,  da bancada BBB (Bala, Biblia e Bola),  vem impondo seguidas derrotas ao Executivo, e impedindo os avanços das pautas progressistas.  Nossa Constituição virou uma colcha de retalhos, uma verdadeira tauba de tiro ao Álvaro, como cantou Adoniran Barbosa. Tem sempre uma PEC retrógada sendo apresentada no Congresso, com o apoio ou silêncio dos jornalões. Globo, Record, Folha, Veja, Estadão, entre outros veículos da mídia empresarial, não fazem jornalismo. Fazem lobby para o sistema financeiro, porque eles mesmo são rentistas, donos de bancos. Por isso não criticam Paulo Guedes, Roberto Campos Neto, o das mais altas taxas de juros do mundo. Como não criticam a privataria de Ratinho Júnior,  Zema, Tarcísio, entre outros.  

     Até as nossas praias querem privatizar, que vai  impedir o povão de um banho de sol nas areias. 



A mim parece-me bem.


Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.


E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…


E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.


José Saramago 


Imagem: Brasil de Fato

 

domingo, 2 de junho de 2024

O TEMPO

Por Rubem Alves


Imagem: Exame


Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada.

Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”.

A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-rosas e amarelos anunciam o inverno.

Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos.

Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés cantam a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno.

A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo.

Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números. Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins.

Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre.

Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”. O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada.

Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia…

Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”.

Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge.

Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos.

Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado.


Rubem Alves, do livro “Do universo à jabuticaba”. São Paulo: Editora Planeta, 2010.


A Eternidade



Imagem: Google





Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.


Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.


Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...


— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.


Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.


Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol. 


Tradução: Augusto de Campos

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.

Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.


Arthur Rimbaud


Biografia de Arthur Rimbaud


Arthur Rimbaud (1854-1891) foi um poeta francês que exerceu grande influência na poesia do século XX. Foi considerado um dos precursores da poesia moderna. Seu relacionamento com o poeta Paul Verlaine foi inspiração para o filme “Eclipse de Uma Paixão”.


Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (1854-1891) nasceu em Charleville, França, no dia 20 de outubro de 1854. Filho de um capitão da infantaria e de uma camponesa teve uma educação rígida. Ainda criança começou a escrever suas poesias, que foram reunidas em 1869.


Em 1870, aluno do Colégio de Charleville, fez amizade com Georges Iszambard, seu professor de retórica, que lhe incentivou na leitura dos poetas Rabelais, Victor Hugo e Théodore de Banville. A amizade com o professor era reprovada pela mãe. Nesse mesmo ano deu início a uma série de viagens, revelando seu espírito errante.


Com 16 anos viaja para Paris sem a autorização da mãe. Nessa época a França e a Prússia estavam em guerra. Rimbaud é preso e com a intervenção do professor ele consegue ser solto. De volta a Charleville vai morar na casa de uma amiga da família de Izambard.


Em 1871, entre as várias fugas, viaja para Paris, onde conhece o Poeta Paul Verlaine, para quem havia remetido seu poema “Soneto de Vogais”, que o acolhe em sua casa. É o início de uma conflituosa relação que chocou a sociedade da época.


Em 1872 Verlaine abandona mulher e filhos e juntos vão para Londres. Em abril de 1873, Rimbaud volta para sua cidade natal, onde começa a escreve “Uma Temporada no Inferno”. Em junho acompanha Verlaine, mais uma vez, em viagem a Londres. Após muitas brigas, o casal se separa e só se reencontram em Bruxelas, onde Rimbaud tenta romper a relação com Verlaine, que atira em Rimbaud, ferindo-o na mão. Verlaine é condenado pela justiça da Bélgica a dois anos de prisão.



Fonte: https://www.ebiografia.com/arthur_rimbaud/


sábado, 1 de junho de 2024

CORTINA DE FUMAÇA

Imagem: Rede Brasil Atual


Nada é por acaso; nada é o que parece; acredita quem quer; não se deixe manipular.  Verdades e mentiras. Clichês que revelam e escondem atitudes humanas. 

     O que de fato acontece, ou está acontecendo em nossas vidas? A confusão só não é geral, porque tem gente atenta, que nos ajuda a compreender determinado contexto.  O fato é, que os propagadores de cortina de fumaça são maioria. 

     Existe um jeito prático e fácil de entender certos acontecimentos em nossas vidas, especialmente nessa nova realidade em que somos 'inundados' por postagens, via celular. É tanta gente querendo nos influenciar, seja para o bem ou para o mal. E muitas vezes não sabemos separar o joio do trigo (mais uma frase que virou clichê). 

     Se você, caro leitor, caríssima leitora, não consegue entender o que é neoliberalismo, fascismo, comunismo e outros ismos; se não tem paciência de entender como funcionam as instituições; o mercado; o sistema financeiro;  não se interessa por ideologias; ciências; política e outros babados, pergunte e responda:

     Sua vida melhorou com o novo governo? Está se alimentando melhor?  Como se veste e se diverte? Outras perguntas podem ser acrescentadas, mas o fundamental é saber se sua qualidade de vida melhorou o piorou. 

     O resto é cortina de fumaça! 


J Estanislau Filho