domingo, 2 de junho de 2024

A Eternidade



Imagem: Google





Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.


Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.


Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...


— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.


Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.


Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol. 


Tradução: Augusto de Campos

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Como o sol que cai.

Alma sentinela,
Ensina-me o jogo
Da noite que gela
E do dia em fogo.

Das lides humanas,
Das palmas e vaias,
Já te desenganas
E no ar te espraias.

De outra nenhuma,
Brasas de cetim,
O Dever se esfuma
Sem dizer: enfim.

Lá não há esperança
E não há futuro.
Ciência e paciência,
Suplício seguro.

De novo me invade.
Quem? – A Eternidade.
É o mar que se vai
Com o sol que cai.


Arthur Rimbaud


Biografia de Arthur Rimbaud


Arthur Rimbaud (1854-1891) foi um poeta francês que exerceu grande influência na poesia do século XX. Foi considerado um dos precursores da poesia moderna. Seu relacionamento com o poeta Paul Verlaine foi inspiração para o filme “Eclipse de Uma Paixão”.


Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (1854-1891) nasceu em Charleville, França, no dia 20 de outubro de 1854. Filho de um capitão da infantaria e de uma camponesa teve uma educação rígida. Ainda criança começou a escrever suas poesias, que foram reunidas em 1869.


Em 1870, aluno do Colégio de Charleville, fez amizade com Georges Iszambard, seu professor de retórica, que lhe incentivou na leitura dos poetas Rabelais, Victor Hugo e Théodore de Banville. A amizade com o professor era reprovada pela mãe. Nesse mesmo ano deu início a uma série de viagens, revelando seu espírito errante.


Com 16 anos viaja para Paris sem a autorização da mãe. Nessa época a França e a Prússia estavam em guerra. Rimbaud é preso e com a intervenção do professor ele consegue ser solto. De volta a Charleville vai morar na casa de uma amiga da família de Izambard.


Em 1871, entre as várias fugas, viaja para Paris, onde conhece o Poeta Paul Verlaine, para quem havia remetido seu poema “Soneto de Vogais”, que o acolhe em sua casa. É o início de uma conflituosa relação que chocou a sociedade da época.


Em 1872 Verlaine abandona mulher e filhos e juntos vão para Londres. Em abril de 1873, Rimbaud volta para sua cidade natal, onde começa a escreve “Uma Temporada no Inferno”. Em junho acompanha Verlaine, mais uma vez, em viagem a Londres. Após muitas brigas, o casal se separa e só se reencontram em Bruxelas, onde Rimbaud tenta romper a relação com Verlaine, que atira em Rimbaud, ferindo-o na mão. Verlaine é condenado pela justiça da Bélgica a dois anos de prisão.



Fonte: https://www.ebiografia.com/arthur_rimbaud/


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