sexta-feira, 14 de junho de 2024

O muro, uma breve análise do conto de Jean-Paul Sartre

Imagem: Google

Por J Estanislau Filho


Em 1976 li O muro, um conto de Jean-Paul Sartre, que mexeu com os meus sentidos, quando eu dava os meus primeiros passos no engajamento da luta pela redemocratização no Brasil. 

      O muro, conto que dá título ao livro, traz mais quatro contos: O quarto, Erostrato, Intimidade e a Infância de um chefe. Nesse ano de 2024 em que o fascismo mostra suas garras, comprei o livro em um sebo virtual e estou relendo. Lembro que Infância de um chefe me impactou também,  mas nessa análise, trato apenas de O muro, que narra os mementos decisivos de alguns jovens anarquistas presos e condenados a morte, pelo regime fascista espanhol. 

     Antes da condenação em si, eles passam por torturas físicas e psicológicas. Na trama, o jovem Ybbieta pode ser poupado do muro (paredão de fuzilamento),  se revelar o esconderijo de um dos líderes do movimento de resistência, Ramón Gris, pelo qual Ybbieta não tem tanta admiração.  Depois de receber a garantia de que não será fuzilado, seus algozes dão-lhe um tempo, para refletir. Esse tempo é uma forma de tortura psicológica, deixá-lo com os seus demônios interior. Trair a causa ou salvar a própria pele. 

     Ybbieta decide por "revelar" o esconderijo de Ramón, mas não o verdadeiro esconderijo. Ele decide fazer troça de seus carrascos. Leva-los ao cemitério, revirar túmulos. E não encontrar Ramón. Trata-se de ato gratuito, que o filósofo existencialista desenvolveria em sua vasta obra. Ybbietá jamais compactuaria com fascistas.

     Acontece que Ramón decidira sair do esconderijo em que se encontrava e ir se refugiar exatamente no cemitério.


Sobre Sartre:

Sartre e Simone de Beauvoir em Pequim


Jean-Paul Charles Aymard Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra. 
Nascimento: 21 de junho de 1905, Paris, França
Falecimento: 15 de abril de 1980, Paris, França
Formação: Escola Normal Superior (1924–1929) · Mais
Influenciado por: Simone de Beauvoir, Albert Camus · Mais
Influenciado / Influenciada: Simone de Beauvoir, Albert Camus, entre outros.

Fonte: Wikipédia

2 comentários:

  1. Parabéns, Estanislau, amigo querido, pelo seu reflexivo texto! Grata, pela sua gentil sugestão de leitura! Beijos ternos

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