quarta-feira, 29 de abril de 2020

Terra






Terra
Planeta clemente
Ponto no espaço cósmico
Frágil ante a ira humana.

Como proteger seu manto mãe gentil
Estancar seu sangue
Ao ataque ignóbil.

Buracos abertos em sua pele
Sangram planaltos
Sangram planícies
Seus cabelos suas matas
Aparados por insensatos
Faz surgir calvície.

Terra Terra
Como protegê-la
De tamanha gula?

Quantos barris de petróleo
Barris de pólvoras serão necessários
Para por fim a desatinados gestos?

Terra Terra
Onde se enterram os filhos
Que renascerão nos rios
[Veias que percorrem seu corpo].

E quando chora
Lágrimas de chuva
O relâmpago saúda
A chegada do trovão.

A Terra toda grita
Folhas balançam
O mar agita
Deslizam montes
Aves migram
A cabeleira verde renasce
Para dizer que a vida continua.

Terra
Até quando?


J Estanislau Filho


Este poema está em meu livro Estrelas - páginas 70/71




2 comentários:

  1. Humanidade, sensibilidade, tristeza e realidade. Parabéns, poeta.♥️

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