sábado, 18 de outubro de 2014

Teoria de uma conspiração




Teoria de uma conspiração

Acertei e errei em algumas de minhas análises a respeito das eleições presidenciais de 2014.Acertei quando disse que a questão era saber quem disputaria o segundo turno com Dilma. Errei ao interpretar que Aécio não passaria dos 25% dos votos no primeiro turno. Acertei ao afirmar que o principal adversário de Dilma era a Globo & Cia e errei ao acreditar que as redes sociais seriam um contraponto à mídia golpista, suficiente para desmascará-la. Esta mídia, tendo à frente a TV Globo, dispõe de inúmeras concessões, além de TV's e Rádios, além de inúmeras publicações impressas.  É uma disputa desigual.
Quando Marina Silva viajou aos Estados Unidos, em plena campanha, desconfiei que o golpe envolvia personagens além da Globo & Cia. Despois desta viagem, sem explicação (não li nem vi em lugar nenhum), Marina voltou fragilizada. Mudou o tom de sua campanha, como se pedisse para não ser votada. Rapidamente Aécio a ultrapassou. Creio que nesta viagem dela aos EEUU se construiu um acordo, ou uma pressão, para que ela saísse do páreo. Aécio sempre foi o preferido dos barões da mídia e do sistema financeiro. E das forças privatistas.Raras foram as notícias negativas em relação a ele, que tem telhado de vidro.
O golpe em andamento tem por trás forças poderosas, nem tão ocultas a ponto de não me arriscar em dizer quem será eleito dia 26 de outubro. O processo de derrubar um governo trabalhista (que vem desde a era Vargas) teve início logo após a posse de Lula em 2003. De lá para cá o lulo-petismo esteve sob fogo cerrado da grande mídia, que recrudesceu em 2005 com a denúncia do chamado "mensalão". Se os dirigentes petistas e da base aliada não produziam fatos, a Veja inventava e a Globo repercutia "segundo a revista Veja...". E tem sido assim ao longo destes últimos doze anos. Como alguém já disse "notícia ruim do Governo Federal é notícia boa para a grande mídia; notícia boa do Governo Federal é notícia ruim para a Globo & Cia. Nada de bom feito por Lula e Dilma mereceram notícias da mídia empresarial. Primeiro tentaram desconstruir Lula. Não deu certo. Perceberam que o melhor alvo seria o PT (e obviamente que alguns dirigentes petista forneceram munições, qualquer deslize estava sob a mira o Big Brother), criar nos corações e mentes das pessoas rejeição ao partido. Os factoides nascendo que nem capim tiririca. E um ódio irracional, vindo de bocas antiéticas dos Jabors, Mervais, Casoys, Mainaridis, Augustos Nunes, Míriams, Noblats entre outros e outras foi sedimentando, introjetando sem questionamentos, pela opinião publicada. A ditadura petista precisa ser derrubada. Ditadura, alternância de poder, corrupção, tudo junto e misturado a calúnias, ao assassinato de reputações, em aliança com setores do judiciário, Ministério Público e Polícia Federal. Muitos tiveram seus quinze minutos de fama na Globo. Bastava alguém dizer que tinha uma denúncia contra o Lula, Dilma,  e o PT, para virar manchete. Que jornalismo investigativo se produziu sobre Aécio e o PSDB?
A História se encarregará de confirmar a dimensão do golpe. Tem interesses poderosos agindo nos bastidores, com sede de petróleo e mais, muito mais.
Mas tudo isso poderá vir abaixo no dia 26... Se Dilma sair vitoriosa. Em termos, pois serão mais quatro de bombardeio, especialmente se a vitória for apertada. Penso nas primeiras manchetes: O PAÍS SAIU DAS URNAS DIVIDIDO; A OPOSIÇÃO SE FORTALECEU; MAIS QUATRO ANOS DE BANDALHEIRA. Se for Aécio: É HORA DE UNIR O PAÍS; O POVO CANSOU DO PT; LULA, O GRANDE DERROTADO, VITÓRIA DA DEMOCRACIA,  ETC. ETC.

Coloco em dúvida os Institutos de Pesquisa Ibope e DataFolha, especialmente.


J Estanislau Filho

2 comentários:

  1. José, você foi muito feliz nas análises que fez sobre as eleições. Foram muitos os acertos,e os erros...bom até mesmo as pesquisas erraram, e acho que elas fazem parte desse 'golpe' .

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