quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Confiteor



Confesso-me papilonácea.
Transparente.
Através das asas,
pode-se ver meu entorno.
Exaurida de ser seguida, 
poso trêmula no lírio aberto,
que tremula também ao vento.
e nos quedamos a fremir juntos .
Contamo-nos das mágoas 
que outrem nos causou.
Trocamos sonho, esperanças e invenções
para alcançar um futuro risonho.
Mas somente eu, poderei ir embora.
Ele está preso às raízes, ao caule.
Refaço-me  da viagem anterior:
ele oferece-me seu pólen, sua seiva.
Minhas asas secaram.

Alço voo.

Clevane Pessoa.

8 comentários:

  1. Simplesmemte a Poeta Clevane nos passa algo de liberdade, sob versos mirados na beleza e no que há de pulsante na Palavra!!! Parabéns Poeta Stam, por nos trazer esta pérola, num dia tão belo, beijos aos dois Poetas. Luiza Michel

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  2. Delícia encontrar um lirio para pousar e conversar, sentir emoções na brisa que nos balança no desejo de um voo louco a experimentar. Lindo, terno poema, Clevane. Obrigada Stan, divulgador de emoções. Abraço Olynda

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  3. Olynda Bassan, Luiza De Marillac Bessa Luna Michel:grata pelas generosas palavras e ao poetaamigo José Stanislau Filho, o Stan, de quem prefaciei muito honrada e alegre, "Todos os Dias São Úteis",meu perene "obrigada".Penhoradamente.Clevane Pessoa.

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